sábado, maio 31, 2008
quinta-feira, maio 29, 2008
Poliamor
terça-feira, maio 27, 2008
Paz
Olho-te...daqui...de onde a minha alma não tem fundo.
Onde os meus olhos não choram mais.
Do lugar onde todas as árvores tem nome e onde o mar se esconde
nas flores de Maio.
Olho daqui...como se o dia não tivesse nunca
um fim. Como se o verbo
não tivesse nunca um tempo e tudo fosse sempre infinito.
Olho-te daqui...
De onde nunca conseguiste olhar.
Olho-te daqui...tão alto quanto o frio não pode alcançar, tão alto
que daqui nem sequer te consigo ver.
Fotografia de JenniPenni
Listening Our Broken Garden (The Blinding)
domingo, maio 25, 2008
Filmes à letra
Em Maio de 2005, o GRIP realizou a sua primeira iniciativa pública, com um ciclo de cinema. Passados três anos, vão assinalar este aniversário com o Filmes à Letra - um ciclo dedicado a todas as letras do 'LGBT'. Quatro fins-de-semana, oito filmes, e conversa q.b. vão ser a forma de comemorar a riqueza e diversidade destas comunidades, que, diferentes entre si, se vão reunir no mesmo espaço.
Depois de cada filme de sábado, para uma conversa aberta e informal, convidaram vários oradores - sobre a transsexualidade, vai falar Nuno Carneiro (psicólogo, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto), com a presença de elementos do GRIT - Grupo de Reflexão e Intervenção sobre Transsexualidade (Ivo, Filipe, Luísa), à bissexualidade cabe Isabel Menezes (psicóloga, FPCEUP), ao lesbianismo Maria João Silva (Associação para o Planeamento da Família), e à homossexualidade no masculino Gabriela Moita (psicóloga, FPCEUP).
A entrada é livre
Maria Vai Com as Outras (rua do Almada, 443, Porto)
30 de Maio: Boys Don't Cry trailer
31 de Maio: Ma Vie en Rose - conversa com Nuno Carneiro e elementos do GRIT trailer
6 de Junho: Gia trailer
7 de Junho: Kinsey - conversa com Isabel Menezes trailer
20 de Junho: Imagine Me and You trailer
21 de Junho: Producing Adults - conversa com Maria João Silva trailer
4 de Julho: The Bubble trailer
5 de Julho: Wedding Wars - conversa com Gabriela Moita trailer
sábado, maio 24, 2008
Eclipse Total em VNG
Desde 27 Março de 1999 que o TEP foi transferido para o concelho de Vila Nova de Gaia, sem o apoio do Ministério da Cultura com uma equipa de profissionais desde 1957. Ver antecedentes históricos e actualidade. Conta actualmente com o patrocínio da Câmara Municipal de VNG, de vários mecenas privados e apoio e promoção da empresa MUNICIPAL GAIANIMA.
Estamos em 2008. Época posso dizer pouco motivante para os profissionais das artes e do espectáculo, assim como profissionais da cultura em geral. Talvez por isso, e nunca por outra razão (pois então nem sequer teria mencionado esta tragédia) me sinto obrigada a aqui anunciar o meu profundo pesar pelos mesmos profissionais. Sem me alongar e não tornando este texto por demais doloroso, passo a explicar.
Ontem assisti ao novo espectáculo do TEP, Eclipse Total de Christopher Hampton, que aborda o relacionamento entre dois dos maiores poetas da França do século XIX, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, símbolos de uma nova arte poética.
Muito não se podia esperar da obra de Hampton que já tem sido sucesso em vários países e com adaptação para cinema, mas ninguém, nem mesmo eu faria prever tal feito.
A peça está construída em vários frames que se separam entre si por momentos ao piano, parecendo tirada directamente de dois dos vários princípios do Kitsch : o da Percepção Sinestésica e o Princípio de Mediocridade.
A cenografia é inqualificável. Um alheamento voluntário dos objectos lembra um cenógrafo tão perdido como o abismo deste eclipse. Um piano na boca de cena gasta todo o palco (talvez também os subsídios) tentando esconder toda a pobreza que se viria a deslumbrar dolorosamente durante as quase duas horas de aniquilação teatral.
O acompanhamento musical de André Ramos disfarça ineficazmente a mudança de cenário que acontece quando o pano cai, para distinguir os vários momentos da peça. Outra vez inqualificável, quando falamos de um teatro profissional que pode até não receber subsídios do Ministério da Cultura, mas tem mais apoios que algumas companhias de teatro espalhadas pelo distrito, que vivem e sobrevivem à custa do árduo trabalho e da profunda convicção de que teatro é um caso muito sério.
Os actores, os jovens actores…perdão…corrijo: os jovens pseudo-actores, pseudo-profissionais perdem em qualidade o tempo que despenderam a decorar o texto (facto único que merece algum, pouco, reconhecimento). Texto, texto, texto, texto…Fábio Alves e Pedro Lamas tal como dois pré-adolescentes decoraram o texto como dois iniciados na arte sexual…acumularam palavras como quem acumula esperma para depois as soltarem num orgasmo pueril para um público boçal que ria a qualquer desgraça deste nosso iluminado Rimbaud que certamente dá voltas no túmulo e encomenda a alma ao diabo de ver tal diarreia “profissional”.
O que parecia uma característica trabalhada para a personagem por Fábio Alves, revelou-se um deficiência do próprio actor (aluno da ESMAE) a quem falta muito exercício de colocação de voz e muito muito muito trabalho de actor, talvez quem sabe numa outra vida, possamos adivinhar um possível projecto de actor.
Pedro Lamas numa inglória tentativa de chocar, defeito de encenação e não do actor, ora se cobria nos lençóis para não mostrar os genitais ora ganhava coragem e lá deixava descair o pano…ganhando velocidade e parando deixando a plateia extasiada por este arrojo de modernidade. Será caso para dizer : Viva a nudez fácil e patética no teatro!! Quando se quer dar ao povo o que é do povo tira-se a roupa e mostra-se a pila (ou ameaça) e vão todos para casa a pensar no herói desnudo…nunca actor mas herói.
Pedro Lamas não tem defeito de actor, pois não estamos diante de um actor. Tem defeitos de timidez corporal das pessoas normais. Como não sabe onde colocar as mãos, coloca-as por um lado qualquer assemelhando-se a uma mistura esotérica de homem elefante, corcunda de notre-dame e jovem sofrendo de paralisia cerebral, sem qualquer desprimor para estes. Como era hilariante descobrir-lhe a mãozita colada na barriga, com os deditos apontando para os pés, o cabelo a sacudir de cada vez que berrava uma frase mais intensa e a cabecita tombada para um dos lados quando adquiria um tom pensativo.
O resto do elenco varia entre o mórbido e um limbo de quem não sabe muito bem o que para ali anda a fazer ou de que se trata o texto, ou quem são aqueles dois jovens que se beijam…pensarão decerto: juventude. Juventude e poetas.
Mas nem tudo é mau…desta parafernália inconcebível de mente-captos que vai desde o encenador aos actores, correndo todos os quadrantes desta triste apresentação, salva-se a irmã de Rimbaud Isabelle. Desconheço o nome da actriz (recusei-me a despender de 1 euro para a aquisição do programa) mas a única que se salva no meio de todo aquele zoológico. Postura exemplar, colocação de voz acertada, interpretação coerente e sábia.
Lamento assim, desta forma, mostrando todo o meu profundo pesar pelas companhias do distrito de quem conheço algum trabalho…trabalho a sério. Que vivem mal, por vezes não conseguem sobreviver num panorama tão árido para a cena teatral quando andam estes fantoches de cabeceira a fazer de conta que são profissionais, a viver à custa de subsídios para nos presentearem com verdadeiro esterco. E se já não chegasse a merda feita ainda tem promoção da GAIANIMA. Deus dá nozes a quem não tem dentes.
Para quem não sabe o circo ainda vai estar montado até 25 de Maio, de quarta-feira a sábado, às 21h45, e ao domingo, às 16h00. Não sei se aconselhe a fugir, a comprar 10 bilhetes e queimá-los numa cerimónia de magia negra ou então oferece-los para um arquétipo do que não se deve fazer em teatro. Depois passem pelas companhias que aqui vos deixo, algumas em risco de fechar, com produções independentes algumas com trabalho demonstrado. Ver artigo obrigatoriamente ler a reportagem aqui.
Quanto ao TEP e ao seu eclipse total declaro que o título foi certamente o mais acertado…vivem-se dias de total eclipse no Teatro Experimental do Porto daquele que foi na década de oitenta um dos percursores da actividade teatral do Porto.
Algumas companhias
Sintam-se livres para mencionarem as que faltam.
Estamos em 2008. Época posso dizer pouco motivante para os profissionais das artes e do espectáculo, assim como profissionais da cultura em geral. Talvez por isso, e nunca por outra razão (pois então nem sequer teria mencionado esta tragédia) me sinto obrigada a aqui anunciar o meu profundo pesar pelos mesmos profissionais. Sem me alongar e não tornando este texto por demais doloroso, passo a explicar.
Ontem assisti ao novo espectáculo do TEP, Eclipse Total de Christopher Hampton, que aborda o relacionamento entre dois dos maiores poetas da França do século XIX, Arthur Rimbaud e Paul Verlaine, símbolos de uma nova arte poética.
Muito não se podia esperar da obra de Hampton que já tem sido sucesso em vários países e com adaptação para cinema, mas ninguém, nem mesmo eu faria prever tal feito.
A peça está construída em vários frames que se separam entre si por momentos ao piano, parecendo tirada directamente de dois dos vários princípios do Kitsch : o da Percepção Sinestésica e o Princípio de Mediocridade.
A cenografia é inqualificável. Um alheamento voluntário dos objectos lembra um cenógrafo tão perdido como o abismo deste eclipse. Um piano na boca de cena gasta todo o palco (talvez também os subsídios) tentando esconder toda a pobreza que se viria a deslumbrar dolorosamente durante as quase duas horas de aniquilação teatral.
O acompanhamento musical de André Ramos disfarça ineficazmente a mudança de cenário que acontece quando o pano cai, para distinguir os vários momentos da peça. Outra vez inqualificável, quando falamos de um teatro profissional que pode até não receber subsídios do Ministério da Cultura, mas tem mais apoios que algumas companhias de teatro espalhadas pelo distrito, que vivem e sobrevivem à custa do árduo trabalho e da profunda convicção de que teatro é um caso muito sério.
Os actores, os jovens actores…perdão…corrijo: os jovens pseudo-actores, pseudo-profissionais perdem em qualidade o tempo que despenderam a decorar o texto (facto único que merece algum, pouco, reconhecimento). Texto, texto, texto, texto…Fábio Alves e Pedro Lamas tal como dois pré-adolescentes decoraram o texto como dois iniciados na arte sexual…acumularam palavras como quem acumula esperma para depois as soltarem num orgasmo pueril para um público boçal que ria a qualquer desgraça deste nosso iluminado Rimbaud que certamente dá voltas no túmulo e encomenda a alma ao diabo de ver tal diarreia “profissional”.
O que parecia uma característica trabalhada para a personagem por Fábio Alves, revelou-se um deficiência do próprio actor (aluno da ESMAE) a quem falta muito exercício de colocação de voz e muito muito muito trabalho de actor, talvez quem sabe numa outra vida, possamos adivinhar um possível projecto de actor.
Pedro Lamas numa inglória tentativa de chocar, defeito de encenação e não do actor, ora se cobria nos lençóis para não mostrar os genitais ora ganhava coragem e lá deixava descair o pano…ganhando velocidade e parando deixando a plateia extasiada por este arrojo de modernidade. Será caso para dizer : Viva a nudez fácil e patética no teatro!! Quando se quer dar ao povo o que é do povo tira-se a roupa e mostra-se a pila (ou ameaça) e vão todos para casa a pensar no herói desnudo…nunca actor mas herói.
Pedro Lamas não tem defeito de actor, pois não estamos diante de um actor. Tem defeitos de timidez corporal das pessoas normais. Como não sabe onde colocar as mãos, coloca-as por um lado qualquer assemelhando-se a uma mistura esotérica de homem elefante, corcunda de notre-dame e jovem sofrendo de paralisia cerebral, sem qualquer desprimor para estes. Como era hilariante descobrir-lhe a mãozita colada na barriga, com os deditos apontando para os pés, o cabelo a sacudir de cada vez que berrava uma frase mais intensa e a cabecita tombada para um dos lados quando adquiria um tom pensativo.
O resto do elenco varia entre o mórbido e um limbo de quem não sabe muito bem o que para ali anda a fazer ou de que se trata o texto, ou quem são aqueles dois jovens que se beijam…pensarão decerto: juventude. Juventude e poetas.
Mas nem tudo é mau…desta parafernália inconcebível de mente-captos que vai desde o encenador aos actores, correndo todos os quadrantes desta triste apresentação, salva-se a irmã de Rimbaud Isabelle. Desconheço o nome da actriz (recusei-me a despender de 1 euro para a aquisição do programa) mas a única que se salva no meio de todo aquele zoológico. Postura exemplar, colocação de voz acertada, interpretação coerente e sábia.
Lamento assim, desta forma, mostrando todo o meu profundo pesar pelas companhias do distrito de quem conheço algum trabalho…trabalho a sério. Que vivem mal, por vezes não conseguem sobreviver num panorama tão árido para a cena teatral quando andam estes fantoches de cabeceira a fazer de conta que são profissionais, a viver à custa de subsídios para nos presentearem com verdadeiro esterco. E se já não chegasse a merda feita ainda tem promoção da GAIANIMA. Deus dá nozes a quem não tem dentes.
Para quem não sabe o circo ainda vai estar montado até 25 de Maio, de quarta-feira a sábado, às 21h45, e ao domingo, às 16h00. Não sei se aconselhe a fugir, a comprar 10 bilhetes e queimá-los numa cerimónia de magia negra ou então oferece-los para um arquétipo do que não se deve fazer em teatro. Depois passem pelas companhias que aqui vos deixo, algumas em risco de fechar, com produções independentes algumas com trabalho demonstrado. Ver artigo obrigatoriamente ler a reportagem aqui.
Quanto ao TEP e ao seu eclipse total declaro que o título foi certamente o mais acertado…vivem-se dias de total eclipse no Teatro Experimental do Porto daquele que foi na década de oitenta um dos percursores da actividade teatral do Porto.
Algumas companhias
As Boas Raparigas vão para o Céu, as Más para Todo o Lado
Teatro Plástico
Teatro Bruto
Teatro Só (já não existe)
MetaMortemFase (já não existem)
Mau Artista
Teatro do frio
Teatro de Marionetas do Porto
Teatro Plástico
Teatro Bruto
Teatro Só (já não existe)
MetaMortemFase (já não existem)
Mau Artista
Teatro do frio
Teatro de Marionetas do Porto
Teatro Tapa Furos
Teatro Universitário do Porto
Visões Úteis
Acaro-Associação Cultural de Artes Organizadas
Assédio-Associação de Ideias Obscuras
Teatro da Palmilha DEntada
Teatro do Ferro
Últimos-Companhia de Teatro Itenerante
Teatro do bolhão
Sintam-se livres para mencionarem as que faltam.
A noite veio de dentro, começou a surgir do interior de cada um dos objectos e a envolvê-los no seu halo negro. Não tardou que as trevas irradiassem das nossas próprias entranhas, quase que assobiavam ao cruzar-nos os poros. Seriam umas duas ou três da tarde e nós sentíamo-las crescendo a toda a nossa volta. Qualquer que fosse a perspectiva, as trevas bifurcavam-na: daí a sensação de que, apesar de a noite também se desprender das coisas, havia nela algo de essencialmente humano, visceral. Como instantes exteriores que procurassem integrar-se na trama do tempo, sucediam-se os relâmpagos: era a luz da tarde, num estertor, a emergir intermitentemente à superfície das coisas. Foi nessa altura que a visão se começou a fazer pelas raízes. As imagens eram sugadas a partir do que dentro de cada objecto ainda não se indiferenciara da luz e, após complicadíssimos processos, imprimiam-se nos olhos. Unidos aos relâmpagos, rompíamos então a custo a treva nasalada.*
*Luís Miguel Nava Vulcão I Poesia Completa 1979-1994
Fotografia em deviantART (Only)
*Luís Miguel Nava Vulcão I Poesia Completa 1979-1994
Fotografia em deviantART (Only)
quinta-feira, maio 22, 2008
Por detrás do vidro da grande janela do teatro, caem grossas gotas de chuva…fito-as languidamente na esperança que alguém me veja do outro lado. Na saída a única frase que fica numa peça com um exagero pouco saboroso de estímulos externos: “A maldade é o direito dos inferiores”*.
Já vos disse que gosto muito de janelas…todas elas! Gosto de me sentir por detrás delas, de pensar que lhes sou estranha, quando no fundo não passo de uma familiar de sangue.
É mesmo verdade…a tua maldade é um direito que possuis! Não te posso culpar por isso.
* Fassbinder café, direcção de Nuno M Cardoso com a colaboração de Ricardo Pais no TNSJ até 25 de Maio a partir da obra O café de Rainer Werner Fassbinder.
Já vos disse que gosto muito de janelas…todas elas! Gosto de me sentir por detrás delas, de pensar que lhes sou estranha, quando no fundo não passo de uma familiar de sangue.
É mesmo verdade…a tua maldade é um direito que possuis! Não te posso culpar por isso.
* Fassbinder café, direcção de Nuno M Cardoso com a colaboração de Ricardo Pais no TNSJ até 25 de Maio a partir da obra O café de Rainer Werner Fassbinder.
terça-feira, maio 20, 2008
Em que nos foge o dia,
E em que suscita a Lua
Das ondas a ardentia,
Se em alcantis marinhos,
Nas rochas assentado,
O trovador medita
Em sonhos enteado!
O mar azul se encrespa
Coa vespertina brisa,
E no casal da serra
A luz já se divisa.
E tudo em roda cala
Na praia sinuosa,
Salvo o som do remanso
Quebrando em furna algosa..."
Fotografia de Mário Pastor, sem título. Direitos de autor reservados
Poesia de Alexandre Herculano, A Voz
segunda-feira, maio 19, 2008
domingo, maio 18, 2008
Dia Internacional dos Museus
"Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma"
Fernando Pessoa no museu da Língua Portuguesa na Estação da luz em São Paulo
Fernando Pessoa no museu da Língua Portuguesa na Estação da luz em São Paulo
O dia 18 de Maio é a data escolhida para se celebrar o Dia Internacional dos Museus, que já vai na 30ª edição, e muitos são os locais onde este acontecimento se celebra em Portugal. Comemora-se também, na noite de 17 para 18 de Maio, a 4ª Noite dos Museus, uma iniciativa que torna possível aos visitantes conhecerem outra faceta dos museus: a nocturna. Este ano o tema escolhido foi «Museus como agentes de mudança social e de desenvolvimento».
Rede Portuguesa de museus aqui.
Instituto dos museus e conservação aqui.
Museus portugal aqui.
Fotografia do museu de Serralves (Porto)
Rede Portuguesa de museus aqui.
Instituto dos museus e conservação aqui.
Museus portugal aqui.
Fotografia do museu de Serralves (Porto)
sábado, maio 17, 2008
quinta-feira, maio 15, 2008
quarta-feira, maio 14, 2008
Fome :)
Hoje acordei com a chuva a bater na janela do meu quarto. Naquele espaço entre o voltar à realidade e o sonho pensei que era Inverno porque o tempo chorava como tal. Voltei a adormeçer a pensar que tinha as camisolas todas guardadas no armário.
Eram 11 horas quando o despertador tocou...Abri a janela e o sol era a única coisa que via...Acordei com fome do Mundo, da vida, fome do mar, fome das pessoas, de livros, de teatro, de cinema. Fome do riso, de beijos e ginjas.Fome dos cafés, fome de conversas e das palavras idiotas. Sinto o meu coração grande e a rir em gargalhadas redondas.
Não é mesmo o ditado que diz? Depois da tempestade vem a Bonança?
Vamos dançar? 1 2 3 4...
Fotografia de Winktothanatos
Eram 11 horas quando o despertador tocou...Abri a janela e o sol era a única coisa que via...Acordei com fome do Mundo, da vida, fome do mar, fome das pessoas, de livros, de teatro, de cinema. Fome do riso, de beijos e ginjas.Fome dos cafés, fome de conversas e das palavras idiotas. Sinto o meu coração grande e a rir em gargalhadas redondas.
Não é mesmo o ditado que diz? Depois da tempestade vem a Bonança?
Vamos dançar? 1 2 3 4...
Fotografia de Winktothanatos
terça-feira, maio 13, 2008
Porque hoje não é domingo
A Bíblia faz dele o primeiro dia da semana, as normalizações estandardizadas apontam-no como o último. Paradoxos de circunstância que não alteram nada. Os significados, o sentir que rodeia as coisas não se altera por convenção ou conveniência histórica. As coisas constroem-se por nós. Fechados no quarto, imersos no fumo de um qualquer bar em horas tardias ou presos a recordações que nunca nos abandonam traçamos configurações que podem aquecer, mas não explicam nada.
São raro os domingos em que me distendo para além do comprimento do sofá. Haverão horas mais aborrecidas, mas a preguiça tem a vantagem de nos levar a passear por muito daquilo que já esteve esquecido. Lá fora movem-se na fila para o cinema, enrolam os corpos na brisa que varre a costa, há a Ângela que beijou, pela última vez, o primo André. Houve um qualquer abraço que se perdeu. Vêem-se os miúdos no carrossel, os velhos em debandada e todos aqueles que ficam.
Eu permaneço em casa, por receio do domingo e da falta de ar. Arrepiam-me os olhares de desalento. Desapontam-me os olhares frios e distantes que deveriam ser tudo menos inóspitos.
segunda-feira, maio 12, 2008
210 anos de existência do Teatro S. João
No próximo dia 13 de Maio o Teatro S. João completa 210 anos de existência. Sempre sob o nome São João, o “monumento que a Nação poisou a sul da Praça da Batalha” tem sofrido, desde o século XVIII, diversas transformações ao nível da programação e nos contextos institucionais e arquitectónicos: de Real Teatro de São João (1798) passando por Teatro São João (1920) e Cine São João até ao actual Teatro Nacional São João (1992).
Denominado originalmente Real Teatro de São João, o edifício primitivo foi mandado construir por Francisco de Almada e Mendonça em 1974 e projectado pelo arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi. Foi inaugurado com a comédia "A Vivandeira" a 13 Maio de 1798, com o intuito de assinalar os anos do príncipe regente, motivo este que, nos primeiros tempos, ainda deram o nome de Teatro do Príncipe ao referido teatro.
Em 11 de Abril de 1908 um violento incêndio destruiu completamente o teatro. Não se conformando com a perda, logo uma comissão se constituiu para a sua reconstrução, que teve início em 1911 e terminou em 1918 , com projecto de Marques da Silva .
Em 1992, o teatro foi adquirido pelo estado português
Denominado originalmente Real Teatro de São João, o edifício primitivo foi mandado construir por Francisco de Almada e Mendonça em 1974 e projectado pelo arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi. Foi inaugurado com a comédia "A Vivandeira" a 13 Maio de 1798, com o intuito de assinalar os anos do príncipe regente, motivo este que, nos primeiros tempos, ainda deram o nome de Teatro do Príncipe ao referido teatro.
Em 11 de Abril de 1908 um violento incêndio destruiu completamente o teatro. Não se conformando com a perda, logo uma comissão se constituiu para a sua reconstrução, que teve início em 1911 e terminou em 1918 , com projecto de Marques da Silva .
Em 1992, o teatro foi adquirido pelo estado português
Para assinalar a efeméride estão agendadas duas visitas guiadas ao edifício e bastidores do Teatro, às 10h30 e 16h30, com entrada livre. Se estiver interessado em comparecer por favor confirme antecipadamente a presença para o departamento de Relações Públicas, tels. 223401950/51.
sexta-feira, maio 09, 2008
ACORDO-TE, MANHÃ, P'RA TE DIZER
Que venhas, muito há a fazer, campos
Reclamam de Ceres seus cuidados, amplos
Estragos fez o gelo, oh, anda ver.
A terra a éter jaz, vem dar-lhe um beijo.
Não tardes, sobe aonde de alabastro
As nuvens joeiras por seu astro,
Ancinho delicado, mostram pejo.
Teu parametro veste, e aos vitrais
Desprende a sua cor, traz verde à mata,
Depõe as lantejoulas, pobres gemas,
Até a velha costureira as diz banais.
Vem, liberta os amantes das algemas
E mostra ao pescador a rica prata.
Fotografia de Cartier Bresson(negativos)
Texto de Daniel Jonas em Sonótono (edições cotovia)
quinta-feira, maio 08, 2008
Informação a mais
Esta semana fui informada palavra por palavra do seguinte sentimento: “…Preciso de me encontrar…”.
Precisei de muita contenção, já não sei, se para não desatar às gargalhadas ou para mandar foder a pessoa. A verdade é que a frase não me saiu da cabeça, talvez pelo conteúdo desapropriado ou pela informação tardia…Até hoje estive a digerir a frase carregada de qualquer coisa que desconheço…
E que raio!!! O que nós precisamos, não é de nos encontrar, o que precisamos é de deixar de nos escondermos sempre que há uma merdinha que nos faça sentir…
Precisei de muita contenção, já não sei, se para não desatar às gargalhadas ou para mandar foder a pessoa. A verdade é que a frase não me saiu da cabeça, talvez pelo conteúdo desapropriado ou pela informação tardia…Até hoje estive a digerir a frase carregada de qualquer coisa que desconheço…
E que raio!!! O que nós precisamos, não é de nos encontrar, o que precisamos é de deixar de nos escondermos sempre que há uma merdinha que nos faça sentir…
fotografia de alvelyn
segunda-feira, maio 05, 2008
"É a sensação do toque. Numa cidade a sério, as pessoas caminham, roçam umas nas outras, trocam encontrões...Aqui ninguém se toca.
Estamos sempre atrás de metal e vidro. A falta desse toque é tão dolorosa, que nos forçamos a espetarmos uns contra os outros, apenas com a intenção de sentir qualquer coisa."
Fotografia de emsvangoth
"Crash"de paul Haggis (2005)
Estamos sempre atrás de metal e vidro. A falta desse toque é tão dolorosa, que nos forçamos a espetarmos uns contra os outros, apenas com a intenção de sentir qualquer coisa."
Fotografia de emsvangoth
"Crash"de paul Haggis (2005)
sábado, maio 03, 2008
"Desde muito novos temos uma estranha sensação nas costas. Custam-nos muito movimentos como o rastejar, o enterrar ou o arrastar. Olham-nos com desconfiança. Não entendemos bem o que nos falta e porque teimam em dizer que nos falta alguma coisa. Quando nos nascem as pequenas asas existe uma tendência quase natural para as esconder, não vá o diabo tecê-las e apontarem-nos também o dedo por termos algo de extraordinário. Evitamos grandes exposições, somos discretos e naturalmente calados. A medo e quase só em intimidade é que vamos abrindo as nossas pequenas asas. Os primeiros voos fazem-se em casa onde, normalmente, nos impulsionam e exemplificam os voos. Depressa nos habituamos às alturas, a ver as diferentes perspectivas da terra, das pessoas e objectos. Gostamos de dias de sol e de vento na cara. Em terra falta-nos algo, sentimo-nos presos, respiramos com dificuldade.Temos várias designações porque as pessoas gostam muito de rotular, etiquetar e tipificar sobretudo o que diz respeito aos outros. Uns chamam-nos cabeças no ar, alienados, almas do outro mundo e até loucos. Outros, porque não sabem bem quem são, procuram um modelo e dizem-nos heróis quando na verdade aquilo que temos é mesmo e nada mais do que asas.Vamos ganhando altura. As asas já não recolhem, em terra tropeçamos e derrubamos tudo. No céu, planamos e fazemos piruetas, somos ágeis.O acasalamento é difícil, não há muitas pessoas com asas, os rituais são arriscados e temos um pouso muito incerto. Mesmo em bando somos considerados um pouco solitários e muito independentes.Os anos vão passando, vamos envelhecendo, as asas ficam mais queimadas pelo sol, porém persistimos, insistimos no voo. Fazemos menos milhas, temos necessidade de ir mais vezes a terra. Então aí reinventamos novas formas de voar e, às vezes, ficamos apenas parados a observar o céu e pensar que já conhecemos uma considerável parte do mundo."
Há palavras que não se comentam, não se explicam, não se encontram em lugar nenhum. Palavras que nunca foram escritas. É magia. Só alguns possuem esse dom, eu tenho a felicidade de conhecer alguém assim e de esse alguém ser minha irmã.
Na impossibilidade de comentar dado a beleza do texto coloco aqui para que todos vocês possam sentir a pessoa linda que ela é.
Há palavras que não se comentam, não se explicam, não se encontram em lugar nenhum. Palavras que nunca foram escritas. É magia. Só alguns possuem esse dom, eu tenho a felicidade de conhecer alguém assim e de esse alguém ser minha irmã.
Na impossibilidade de comentar dado a beleza do texto coloco aqui para que todos vocês possam sentir a pessoa linda que ela é.
Texto de Margarida Fortuna em palavras de sabão
Fotografia de Can
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