sexta-feira, abril 28, 2006














ilustração de Carla Pott
"O Sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esperança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da verdade. "

Fernando Pessoa


dimensaooculta


terça-feira, abril 25, 2006

Lehaim

Não vamos muito longe, pelo menos não em dias assim ou em dias que não são assim nem assado. Procuro a honestidade das palavras com a mesma sede que procuro a verdadeira essência dos actos, das palavras, dos pequenos sussurros espirituosos. A mesma sede que me faz continuar a procurar os momentos sublimes de uma cumplicidade autêntica, livre de pressupostos, ausente na sua pura liberdade. Não podendo ser muito mais e só por isso ser o tudo. Hoje que se celebra a Revolução, vamos conceder-nos a todos um pequeno momento para saborear o quão preciosa é a nossa liberdade, pelo menos aqueles que ainda sentem que são livres. Vamos perder um segundo, retirar a venda do olhar e conceptualizar a nossa vontade. As limitações nascem no nosso conceito de vida, do que escolhemos para nós, para experenciar. Não condeno quem escolhe o amanhã como o limite, ou quem faz das vicissitudes da vida o drama quotidiano de uma depressão, ou uma tristeza quase monocórdica da única e aparente felicidade que conheceram até então…Por não condenar não admito que questionem a minha forma de estar, sendo a minha profunda ânsia de viver motivo aparente de afastamento para quem vive amedrontado de o fazer. Não admito que em virtude de alguns pedaços de gente que fazem do seu dia um jogo de gato e de rato, tenha que me sentir pressa a emoções tiradas a ferros no olhar de quem por natureza nasceu cego. A emoção é uma surpresa mágica e não acredito que haja alguém que no extremo sentir não se depare com esta realidade…Intolerantemente sou livre! Leve-me isso a todos os extremos e a muitos erros ao longo da minha vida. Leve-me isso a muitos afastamentos e a muitos amores mal vividos. Leve-me isso a muitas lágrimas e a muitas discussões, mas que me leve a algum lado e que isso faça de mim um ser humano mais autêntico. Porque há tanto que eu não sei, outro que não vou ter tempo de aprender e outro tanto que não entendo, porque sei (porque é das poucas certezas que tenho) que há coisas que não quero para mim. Intolerantemente Sou! Sou alguma coisa sendo autêntico tudo o que sou. E embora muitos não saibam o significado de autenticidade, sabem pelo menos os parâmetros pelos quais rego a minha vida e sabem que não há nada que signifique mais para mim do isso e tudo o que lhe está inerente. Por isso para todos aqueles que fingem amar para se recompensarem dos erros futuros, para todos aqueles que querem aparentar um pódio baseado em falsas estruturas, para aqueles que se esquecem de viver e também para aqueles que adormecem sobre a sombra da que história vão contar amanhã, para ludibriar quem acredita honestamente nas pessoas e no significado absoluto que elas tem no seu verdadeiro existir, por todos nós, um eterno felicitar da Liberdade. Pelos anjos e arcanjos que fazem dos dias de hoje uma luta honesta e fundamentada em valores éticos como a verdade e a humildade. Por eles um sorriso porque vamos no caminho certo.
A verdade para alguns é apenas uma promessa, para outros é uma forma de estar.
Pela liberdade!
Para sempre e a qualquer custo!

dimensaooculta

sexta-feira, abril 21, 2006

Dias de chuva














Quando, por entre o caos do trânsito da manhã e a intermitência da partida e chegada dos aviões, surge o arco-íris, o dia ganha um novo gosto, entre o adocicado e o suave. Mas a magia não dura para sempre e os fenónemos da física acabam por resguardar as próprias limitações da espécie.

Foi-se a luz e agora, que o dia cai de forma lenta, as formas dos pingos do dia moldam um dia preso às rotinas da mecânica do mundo...do capital.

Boa noite!

quinta-feira, abril 20, 2006

caixinha

Os meus olhos não conseguem ver a imensidão do tempo que pára neste lugar!

dimensaooculta

segunda-feira, abril 17, 2006

Tempo


Dar Tempo ao Tempo...

No dicionário tempo significa: duração limitada, por oposição à ideia de eternidade; meio indefinido onde se desenrolam, irreversivelmente, as existências na sua mutação, os acontecimentos e os fenómenos na sua sucessão;

Não direi nada neste momento, o tempo dirá por mim.

Dulce

sábado, abril 15, 2006

Porque o meu sangue encontrou de novo as artérias, e a minha água o sorriso.


Dulce

sexta-feira, abril 14, 2006

... Colar de Pérolas!













Ontem, passei a noite deitada na janela do meu quarto, à procura da estrela mais brilhante do céu. A lua, como sempre, lá estava toda radiante. Vestiu o seu melhor traje, para aquela noite, e colocou o seu melhor colar de pérolas. O céu continua a contar as suas histórias de embalar, e eu aqui no planeta, com as gotas da minha água a escorrer do parapeito da janela... Perdi o colar de pérolas, perdi as artérias....!

Dulce

quinta-feira, abril 13, 2006

Em viagem

Esta semana o núcleo duro do blog, desloca-se para Sintra...Aguardam-se novidades.
Para quem estiver interessado, estamos alojadas em Pielas ( nome sugestivo).
Até sempre...

mariana
dimensaooculta

P.S. Para os que ficam votos de uma Páscoa muito feliz.......em casa....heheheheh!!!!

sexta-feira, abril 07, 2006

Retratos de um dia que nunca foi

Era uma manhã húmida, nevoeiro impenetrável e o sufoco de um trânsito em ponto morto. Lindo. Atravessar a ponte, sentir o frio entre os dedos e o nevoeiro etéreo em volta. Já não se fazem dias assim. Alcatrão sujo, humidade insuportável e uma invisibilidade perene. O rio estava, ironicamente, seco, sem chama e sem rumo. Como tu, lá do outro lado.

Estavas longe e impassível.Como sempre, aliás. Surpreendentemente, o teu toque aqueceu-me e iluminou aquele momento. Os reencontros vivem sempre desta beleza. É o toque fortuito, são as palavras que ficam por dizer...foi o meu coração que deixou de bater.

Foste. Eu permaneci e o frio regressou, a luminosidade deu lugar à bruma. De repente voltei a ser o frio que me rodeia, a voz maquinal que sempre fui.
O rio seco e as margens nuas são agora o meu refúgio. Sentada à beira-rio, as angústias seguem o rumo da corrente. Voltam para o mar alto, voltam para a turbulência das ondas.

Eu, como sempre, volto costas aos desígnios da corrente e subo rumo ao silêncio que me consome. Quem sabe se, lá acima, não estarás tu para me voltar a preencher com o teu olhar.

Até sempre!

Nabos & Companhia















Era quase obrigatório partilhar as minhas descobertas por estas terras de Portugal. Hoje é a freguesia de Carapelhos em Mira, amanhã pode ser a tua.....

Espero vir a ter mais novidades para a semana, com a minha passagem pelo interior alentejano...

A gente vê-se em Sintra!

terça-feira, abril 04, 2006

Quero voltar a ser feliz...

Hoje falo de solidão.

Não se sente, não se vê. Ausculta-se e esconde-se.
Há pessoas e vozes, há um ruído demasiado perturbador. O acto de escrever, de exteriorizar algo daquilo que nos resume leva-nos, quase sempre, a despertar estados de alma que preferíamos ver ocultos. A mão treme e os sentimentos serpenteiam , quase sem pudor, pelos contornos de uma máquina arcaica. Sinto-me assim irritada, triste. Mas, há quem ao lado continue a comentar o Porto- Sporting de sábado. As horas passam e desenrolam-se possíveis resultados, expulsões prováveis e as angústias de início de semana.
Infelizmente, as conversas banais são sempre subjugadas. Prefiro a honestidade da simplicidade à prepotência do intelectualismo forçado.
São as memórias da minha infância simples...fui tão feliz, tão livre.
Agora aqui, presa às máquinas e às pretensões alheias, reencontro-me só com a angústia.
A moda é, aliás, cultivar os desassombros da alma, reflectir numa vida que não nos preenche. Felizmente, nuca fui de modas e agora quero voltar a ser a miúda da desfolhada e o anjinho da Santa Apolónia. Quero voltar a ser feliz. Quero que se fodam os intelectualismos e as falsas verdades. E quero que o Ricardo apanhe com três ou quatro.

segunda-feira, abril 03, 2006

Sétimo sentido









Ando de um lado para outro... Abraço-me com força, para sentir que o meu lado esquerdo bate!
Tenho calor, tenho frio, tenho febre, tenho sede, tenho dinheiro, tenho fome, não tenho dinheiro, pinto, risco, sujo, limpo, esfrego e apanho uma flor. Sinto o cheiro da primavera... respiro fundo, encho os pulmões deste ar quente, uffa!! Fazes-me falta!
O desumidificador da natureza chegou finalmente!
Talvez este desumidificador remova das minhas entranhas esta humidade que me mortifica, e me traga o sétimo sentido.
Para voltar...

Um até jazz!
Dulce