terça-feira, junho 19, 2007

Em todos os tempos as mesmas vontades

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
Para não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão
Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar
Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou

Estou além
António Variações

segunda-feira, junho 04, 2007

Urgências



Hoje não.
Deixei de sentir...
Dói só...só dor e a vontade de chorar.

Depois de tantos dias a desejar o sol hoje sinto-me crua, abandonada, sozinha.
Quero voltar a sonhar, urgentemente!

"Ho sognato che mi dicevi che eri triste", disse-me há pouco alguém a quilómetros de distância. É bom saber que sonhaste comigo, que me sentiste para lá da terra e do mar que nos separam. Soube bem!

Grazie Erasmo

Quando o que está mais perto não nos preenche, é bom saber que há gente lá fora. É o que me alimenta.

sábado, junho 02, 2007

Um dia apaixonei-me!Tenho a certeza disso...quantas vezes tenho 13 anos e quero ir buscar esse amor ao fundo da caixa dos chapéus...
Há uns meses soube que casou, choveu dentro do meu peito uma semana inteira. Eu tinha um guarda-chuva cheio de florzinhas, com que o abrigava quando chovia, naqueles sábados em que viajávamos juntos. Falávamos de coisas que já não lembro, mas sei que ria, ria muito.Hoje não rio, nem ando de guarda-chuva; nunca mais gostei de me proteger debaixo daqueles estúpidos aros metálicos. A verdade é que nunca mais fizeram o céu com florzinhas. Também nunca mais gostei de chuva.
Há no ser Humano um terrível sentido de adaptabilidade…se não fosse adaptável queria abrigar-te debaixo de um céu ás flores e dizer que os sábados sempre foram os mesmos e que à distância dos meus treze anos me tornei uma pessoa diferente; e quanto mais me distanciava do que era, percebi que perdia a capacidade para amar.
A adolescência é estranha…raramente se recupera dela, quando o ser “Eu” é um estado patológico desde a nascença.
Sim…eu um dia apaixonei-me!

Fotografia de Rosalina Afonso