Digam que foi mentira, que não sou ninguém,que atravesso apenas ruas da cidade abandonada
fechada como boca onde não encontro nada:
não encontro respostas para tudo o que pergunto nem
na verdade pergunto coisas por aí além
Eu não vivi ali em tempo algum
Ruy Belo, Digam que foi mentira
Pintura de Georges Braque
3 comentários:
Digam que foi mentira, que não sou ninguém,
que nunca existi em qualquer lado senão no teu sangue,
Que por ti me fiz mulher
e contigo morri quando as paredes desta cidade abandonada
se pintaram de um azul que já não vimos.
Depois, quando te encontrei, debrucei-me sobre as tuas dúvidas, alisei os teus cabelos, deixei que os teus reflectissem os meus e senti que as ruas e o teu coração já não estavam vazios...
n.
"teus olhos"
abraço,
n.
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