"Parece que toda a minha criação é um esforço para tecer uma teia de relações com o mundo; teço-a continuamente porque uma vez ela foi rasgada. Mas tal como desejo que as teias sejam sempre verdadeiras não sei como romper as que são falsas (...) Sinto como Dostoievski que o intelecto está na origem de tudo o que não é. Das falsidades. Prefiro a zona das paixões, mesmo com as tempestades."
Fotografia de Alberto
Texo de Anais Nin in Diário, Vol III
Listening " OneMoreOneNightStand", by A Weather aqui
segunda-feira, março 31, 2008
quinta-feira, março 27, 2008
Quando tinha 9 anos a minha irmã foi estudar para Coimbra. Ela tinha feito 19 em Agosto e lembro-me do orgulho que sentia nela assim como da dor que foi ao ver que ia embora e deixava de estar connosco todos os dias.
Cada um chorou à sua maneira…eu andava com a fotografia dela para todo o lado. Um dia num exame de ciências, a professara pensando que eu estava a copiar, levantou a folha do exame e descobriu a fotografia que levava para não me esquecer de tudo o que ela era para mim…chorei tanto nesse dia de tantas saudades que sentia.
Desde os 9 que estou habituada a estar com a minha irmã quando vem aos fins-de-semana, não todos, não tantos como gostaríamos e de todas as vezes que ela vai embora, fica o mesmo vazio, o mesmo silêncio suspenso no tempo, a mesma dor dos meus 9 anos, a estranha pequenez e a ideia de que não vou conseguir viver sem ela ao meu lado. As lágrimas escondem-se atrás do tempo e aperta-me a garganta reduzindo o coração a pó.
Queria ficar a olhar-te sempre que chegas…sentir o teu cheiro de alfazema no meu quarto. Ficar a abraçar-te como anteontem no escuro da minha solidão.
Fazes-me falta mana e não te digo vezes suficientes que te amo. Mas a verdade é que sinto a tua falta como a criança que ainda existe dentro de mim e sinto medo, tanto que por vezes nem consigo respirar.
Volta depressa.
fotografia de Napoleon Brousseau on Deviantart
Cada um chorou à sua maneira…eu andava com a fotografia dela para todo o lado. Um dia num exame de ciências, a professara pensando que eu estava a copiar, levantou a folha do exame e descobriu a fotografia que levava para não me esquecer de tudo o que ela era para mim…chorei tanto nesse dia de tantas saudades que sentia.
Desde os 9 que estou habituada a estar com a minha irmã quando vem aos fins-de-semana, não todos, não tantos como gostaríamos e de todas as vezes que ela vai embora, fica o mesmo vazio, o mesmo silêncio suspenso no tempo, a mesma dor dos meus 9 anos, a estranha pequenez e a ideia de que não vou conseguir viver sem ela ao meu lado. As lágrimas escondem-se atrás do tempo e aperta-me a garganta reduzindo o coração a pó.
Queria ficar a olhar-te sempre que chegas…sentir o teu cheiro de alfazema no meu quarto. Ficar a abraçar-te como anteontem no escuro da minha solidão.
Fazes-me falta mana e não te digo vezes suficientes que te amo. Mas a verdade é que sinto a tua falta como a criança que ainda existe dentro de mim e sinto medo, tanto que por vezes nem consigo respirar.
Volta depressa.
fotografia de Napoleon Brousseau on Deviantart
ORNATOS VIOLETA - Ouvi dizer
"...A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte
Nas casas, nos carros,
Nas pontes, nas ruas...
Em todo o lado essa palavra repetida ao expoente da loucura
Ora amarga,ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura."
segunda-feira, março 24, 2008
Nem sempre se deve desconfiar das pessoas graves, aquelas que caminham com o pescoço inclinado para baixo,os olhos delas a tocar pela primeira vez o caminho que os pés confirmarão depois.
Às vezes elas vêem o céu do outro lado do caminho que é o que lhes fica por baixo dos pés e por isso do outro lado do mundo.
O outro lado do mundo das pessoas graves parece portanto um sítio longe dos pés e mais longe ainda das mãos que também caem nos dias em que o ar pode ser mais pesado e os ossos se enchem de uma substância morna que não se sabe bem o que é. Na gravidade dos pés e da cabeça, e também dos olhos, com que nos são alheias quando as olhamos de frente rumo ao lado útil do caminho que escolhemos, essas pessoas arrastam uma nuvem prateada que a cada passo larga uma imagem daquilo que foram ou das pessoas que amaram.
Essas imagens podem desaparecer para sempre se forem pisadas quando caem no chão. A gravidade dos pés e da cabeça, e também dos olhos, destas pessoas, é, por isso, uma subtil forma de cuidado.
In “A Nuvem Prateada das Pessoas Graves”
Rui Costa
Imagem de Robert & Shana ParkeHarrison
Às vezes elas vêem o céu do outro lado do caminho que é o que lhes fica por baixo dos pés e por isso do outro lado do mundo.
O outro lado do mundo das pessoas graves parece portanto um sítio longe dos pés e mais longe ainda das mãos que também caem nos dias em que o ar pode ser mais pesado e os ossos se enchem de uma substância morna que não se sabe bem o que é. Na gravidade dos pés e da cabeça, e também dos olhos, com que nos são alheias quando as olhamos de frente rumo ao lado útil do caminho que escolhemos, essas pessoas arrastam uma nuvem prateada que a cada passo larga uma imagem daquilo que foram ou das pessoas que amaram.
Essas imagens podem desaparecer para sempre se forem pisadas quando caem no chão. A gravidade dos pés e da cabeça, e também dos olhos, destas pessoas, é, por isso, uma subtil forma de cuidado.
In “A Nuvem Prateada das Pessoas Graves”
Rui Costa
Imagem de Robert & Shana ParkeHarrison
Saudade
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos magoa,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
Pablo Neruda
segunda-feira, março 17, 2008
domingo, março 16, 2008
Se
sábado, março 15, 2008
Chamara-me de um longe lugar…tão longe que eu nunca ouvira falar…tão longe que eu não reconheci as palavras. Com a força do tempo as palavras ficaram claras e a distância perdeu a voz. Levou-me pela mão a ver o mar num Inverno cheio de Sol.
Um dia soprou um vento muito forte…vento do norte, eu deixei de lhe ver as mãos e tudo ficou longe e irreconhecível como era no princípio.
Nunca mais vou saber reconhecer outras mãos!
fotografia Zemotion
Um dia soprou um vento muito forte…vento do norte, eu deixei de lhe ver as mãos e tudo ficou longe e irreconhecível como era no princípio.
Nunca mais vou saber reconhecer outras mãos!
fotografia Zemotion
quinta-feira, março 13, 2008
Vai decorrer no Ateneu Comercial do Porto um workshop de fotografia com a duração aproximada de 50 horas em horário pós laboral e com o custo de €65 na totalidade.
Pedro Ferreira será o formador de um programa onde se pretende abordar técnica e
prática da fotografia mas também um pouco de história e conceitos.
O inicio está previsto para 1 de Abril
As inscrições estão abertas para: geral@ateneucomercialporto.ptou 22335410/2
Mais informações podem ser obtidas, brevemente,
no site do Ateneu em http://www.ateneucomercialporto.pt/
quarta-feira, março 05, 2008
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