sábado, fevereiro 24, 2007

desamparada queda

Virá o dia
em que também nós
da torre de vidro
para o vazio saltaremos.
Em desamparada queda
estamos já.
Entre o salto
e a derradeira palavra,
lembrar-nos-emos
de uma nuvem ou de um madrigal.
De que nos serve
o brilho ínsito
em rápidos vidros durante a queda?

Turvamos águas.
Nada mais.

Fotogragia: Artur K.
Texto: Luís Quintais (angst)
Ana Marta Fortuna

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