sexta-feira, maio 05, 2006

Minho em choupo híbrido
















O nome rebuscado esconde a beleza singela dos fragmentos de nuvem que ontem envolviam Guimarães. São pedaços que se desprendem dos choupos híbridos e que pintaram um dia assim.

Passava um jazz suave, sons que se envolviam nos fragmentos de choupo híbrido, tão próximos e tão esguios. Escondem-se da brisa insistente, do disparo da máquina fotográfica. Impenetráveis. Depois dos rojões, o Centro Cultural de Vila Flor sabe bem, abafa a digestão. É o espaço em ponto-morto à hora de almoço, é a leve brisa que se levanta, é o aço inoxidável que grita. E a paisagem, a subida para a Penha e o castelo em fundo. Foi a meia-hora de espera e a música que envolve o vento, que silencia os passos mudos.
Lá fora, já de saída, o jazz foi-se, os traços rasgados do edifício ficaram para trás e volta-se a ouvir a gente que fala e que sofre pelo Vitória. Desilusões de quem persiste na dor. Estranhas ironias que nos levam, neste mundo tão atávico, a agonizar perante uma descida de divisão. Para o consolo da alma fica o vinho verde e as letras encrustadas que, de saída, lembram "Aqui nasceu Portugal".

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