domingo, março 19, 2006

Sábado....Chovia...Saímos tarde.
A noite parecia não querer chegar, parecia não querer aconteçer, não querer existir. Arrastava-se pelas ruas vazias, ao som das grossas gotas de chuva na calçada. Já pouco podiamos ver, pela fuga dicotómica da realidade. Obrigavamos o tempo a co-existir no espaço das nossas conversas, a olhar, a tocar, a fazer de conta que não sentiamos...a fazer de conta que caminhavamos. Depois do corredor de luzes apagadas abriu-se um buraco no tempo, no espaço, na água, nas palavras...O beijo ficou como um poema escondido, como uma explosão desfragmentada, como uma vontade repreendida, como um desejo não formal. Ficou como uma noite que existe só para ficar nas memórias, porque não sobrevive de outra forma. E tudo o que foi, foi muito mais do que aquilo que posso agarrar.

dimensaooculta

2 comentários:

margarida disse...

Porque é que tudo de bom acontece ao sábado? Os melhores beijos, os melhores encontros... queria, também eu, perpetuar os sábados.

Anónimo disse...

E eu vou para casa, sozinha, sem nada para dizer! Sem comentários inteligentes...

dimensaooculta