terça-feira, dezembro 13, 2005

Ser máquina... ser corpo!


Andar pelas ruas com um olhar de penetração e de evasão de pensamentos.
Ver os corpos sós.
Ver o que ninguém sente,
ver-te deitado na rua a comer as bisgas que o chão lamenta ter de aguentar.
Ver-te chorar por teres perdido o anel de brilhantes.
Ver-te mudar de país de pais, de mundo.
Ver-te simplesmente vazio a rezar por uma vida que não é tua,
Ver-te acreditar nas coisas que deixaram de fazer sentido.
Ver-te roubar uma carteira que não é tua, mas que teimas ficar com ela.

No fim da rua vejo um sorriso que não é humano. Tudo deixa de ser verdadeiro.
A máquina é um corpo, CORPO!
CORPO que SENTE O QUE NINGUÉM SENTE, QUE É O QUE NINGUÉM É! METAMORFOSE... Máquina: respira e o coração bate... estás proibido de pensar, fazes o que eu quero, pica o ponto.... Não espirra, não arrotes nem dês peidos, ai o menino tás despedido! Corpo: ama, sente, fica com calores, assusta-te, chora, grita, diz ao mundo que tás um farrapo e que ninguém te dá a oportunidade de seres tu CORPO, lindo, único.
Olha bem para o espelho! Olha! Já viste esse olhar bonito que a tua alma penetra, já viste as histórias bonitas que tens para me contar, já vistes essas mãos lindas... Eu AMO-TE!

Ser CORPO! CORPO! CORPO! CORPO!! Ser um corpo sonoro. Com ritmo, com vida. Gostar do som de um peido, gostar do barulhento e repenicado beijo que teimas em dar na parte mais saliente e carnuda da minha face, gostar de dar aquele arroto depois de comer o meu prato favorito feito com amor. Gostar daquele abraço penetrante que nos deixa perdidos, sem tempo, sem espaço, sem máquina.

Dulce
MDM:)!

Sem comentários: