sábado, agosto 16, 2008

Rasga-me o coração descer aquelas montanhas…quem me dera não ter que partir…nunca.
Via por cima do nevoeiro os fantasmas a escorrerem pelas encostas húmidas da serra. O som de quem não se coíbe do eterno silêncio da madrugada e os passos longos calmos a lançar na estrada são de penugem e em pouco tempo se separa o mundo…depois da curva só há montes. Rodo em mim. Apenas eu e o resto do mundo que ali se veio perder. Se eu pudesse não escolher era assim que ficaria, numa estátua seca, imune a mim sempre com o olhar fixo nos eternos socalcos construídos ao acaso, perfeitos de tão expostos. Fica o sabor na boca do cheiro folhas, da carqueja, do rio, da água, das nascentes. Fica-me na pele os beijos das crianças, nas mãos as danças, na carne o sangue de viver. Fica-me a gritar o riso de quando era pequenina. Fica-me a honestidade das gentes e os abraços apertados e quentes da fraternidade.
Rumo ao porto…perdida dentro de mim a chorar como uma criança gritando que quero voltar. Quem me dera não ter que partir. Nunca mais ter que abandonar este sitio que nos escolheu.


7 comentários:

Anónimo disse...

when will you go online?

Anónimo disse...

Well for me its better to be more realistic.

Anónimo disse...

This is a nice blog. I like it!

Anónimo disse...

Considering the fact that it could be more accurate in giving informations.

Anónimo disse...

Era ainda menino, acompanhava o meu avô à sua quinta ladeada por um rio e apertada entre montes. Depois esgueirava-me, cerro acima, até ao cume, onde os horizontes se abriam a perder de vista, a lembrar a fotografia que aqui mostras. Sempre pensava que lá mais alto ainda se veria mais distante. A minha vida só podia ser a voar. Assim tem sido...
Como compreendo o teu amor às raízes, o teu retorno aos sonhos de menina, a enorme vontade de ficar... Só conseguimos traçar um rumo quando conhecemos o ponto de partida. És uma ternura.
n.

Anónimo disse...

Era ainda menino, acompanhava o meu avô à sua quinta ladeada por um rio e apertada entre montes. Depois esgueirava-me, cerro acima, até ao cume, onde os horizontes se abriam a perder de vista, a lembrar a fotografia que aqui mostras. Sempre pensava que lá mais alto ainda se veria mais distante. A minha vida só podia ser a voar. Assim tem sido...
Como compreendo o teu amor às raízes, o teu retorno aos sonhos de menina, a enorme vontade de ficar... Só conseguimos traçar um rumo quando conhecemos o ponto de partida. És uma ternura.
n.

Unknown disse...

Obrigada pelo carinho Nelson.