terça-feira, julho 08, 2008

Nevoeiro

A cidade caía
casa a casa
do céu sobre as colinas,
construída de cima para baixo
por chuvas e neblinas,encontrava
a outra cidade que subia
do chão com o luar
das janelas acesas
e no ar
o choque as destruía
silenciosamente,de modo que se via
apenas a cidade inexistente.


Fotografia de Mário Bruno Pastor
Carlos de Oliveira, Nevoeiro

7 comentários:

S. disse...

os paradoxos que existem em todas as cidades que trazemos no peito...o que restará de cada uma?

Oriana Tavares da Rocha disse...

Uma eternidade de solidão S.

Beijinhos

Anónimo disse...

Entremos nesse barco e partamos para o nosso castelo que resistiu à destruição da cidade.
n.

Oriana Tavares da Rocha disse...

Eu não tenho castelos, já não acredito em histórias de encantar e há muito que deixei de sonhar com cidades perfeitas, que por algum motivo poderiam ter resistido à destruição. Porém acredito em barcos. Acredito nas viagens que ainda posso fazer de barco.

Oriana Tavares da Rocha disse...

Eu não tenho castelos, já não acredito em histórias de encantar e há muito que deixei de sonhar com cidades perfeitas, que por algum motivo poderiam ter resistido à destruição. Porém acredito em barcos. Acredito nas viagens que ainda posso fazer de barco.

Anónimo disse...

Menina, não te esqueças que "o sonho comanda a vida". Só assim "o mundo pula e avança". Entre o acreditar e não acreditar, entre o sim e o não, o tal intervalinho onde mal cabe uma agulha, transforma-se num rio difícil de atravessar se os remadores não remarem sincronizados.
n.

Oriana Tavares da Rocha disse...

Eu nunca disse que não acreditava em sonhos! Só não acredito em certas coisas...