sábado, setembro 23, 2006
















Elas vêm a procura de luz…
entram pelos olhos dentro com cheiro de canela nas asas.
Rios de luz, com a chuva de uma tempestade eterna que se prolonga na alma até ao Mar.
Tecidos vermelhos de água caem sobre os telhados secos das casas e só uma imagem me surge.
A do lugar que só a mim pertence e não é de mais ninguém.
Vês?!
É aquele cantinho no fundo do Mar denunciando a tempestade.
É meu!
Hoje e para sempre

Fotografia de Pedro E.

dimensaooculta

domingo, setembro 17, 2006

Já era tempo!

















Com um brilhozinho nos olhos, regresso!
(Re)invento um novo universo e caminho
para a superficie das ondas sonoras.
Sigo o meu caminho sem as linhas da palma da mão,
saboreio o acaso e ufffa! É muito bom!

Para as meninas bonitas MM vai uma grande Beijoca!

Dulce

sexta-feira, setembro 15, 2006

Partida




















"A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando as árvores parecem inspiradas Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida."
Sophia de Mello Breyner Andresen

dimensaooculta

segunda-feira, setembro 11, 2006

Pelas memórias

I will light the match this mornin, so I wont be alone
Watch as she lies silent, for soon night will be gone
I will stand arms outstretched, pretend Im free to roam
I will make my way, through, one more day in hell...
How much difference does it make
How much difference does it make,
I will hold the candle till it burns up my arm
Ill keep takin punches until their will grows tired
I will stare the sun down until my eyes go blind hey,
I wont change direction, and I wont change my mind
How much difference does it make
How much difference does it make...how much difference...
Ill swallow poison, until I grow immune
I will scream my lungs out till it fills this room
How much difference
How much difference does it make
Indifferance Pearl jam

Que diferença faz agora?

dimensaooculta

sexta-feira, setembro 08, 2006

O Homem para lá do infinito


















*The man who measures the clouds de Jan Fabre, Bélgica


Enquanto um homem mede as nuvens, aqui fica um percurso pelo mundo através dos reflexos condicionados da Arte.

Boa viagem!

sexta-feira, setembro 01, 2006

Ponto Final


O Independente publica hoje a última edição. A capa a negro designa o ponto final, a conclusão de um percurso com 18 anos e que marcou o jornalismo português. Para lá das clivagens políticas, o projecto d' O Independente atacou a verticalidade do atavismo nacional, a lógica de pensamento único que militava na imprensa portuguesa e foi o responsável por um interessante proceso de modernização ao nível dos conteúdos e do design. As inovações estéticas e os ventos do novo-jornalismo nos EUA chegavam, com anos de atraso, a Portugal, imerso na cadência do imperialismo cultural francês. Fica o arrojo de Miguel Esteves Cardoso no Suplemento 3, em jeito de lufada de ar fresco.

Hoje falo d' O Independente como registo histórico. As poucas vezes que me passou pelas mãos coincidiram com os anos das sextas-feiras de terror nos gabinetes ministeriais. Teria pouco mais de dez anos e só o colorido, a banda desenhada e os recortes da semana da revista me chamavam a atenção. Há anos que não leio O Independente, nunca o comprei, nunca me atraiu a atenção.

A lógica simplista do título bomba reduz a realidade a jogos de palavras que só contribuem para efeitos de vendas. O jornal cai moribundo, tal como continua morIbunda a direita portuguesa. Não que a perdição da direita ou a queda do grande projecto político de Paulo Portas me entristeçam. Muito pelo contrário. A morte d'O Independente não deixa saudade. Foram muitos os momentos de mesquinhez política e pretensiosismos intelectuais que marcaram os 18 anos de existência que hoje terminam. Fica o lamento pela morte de mais um jornal, quando passa mais de um ano sob a morte d' O Comércio do Porto, esse bem mais digno de uma dor mais sentida. Fica a recordação pelas inovações trazidas e pela liberdade criativa de Miguel Esteves Cardoso.

O projecto político de direita que fundamentava o semanário circulava em torno de um rol de ataques pessoas e de um populismo e palavreado fáceis, lugares comuns em qualquer direita. A amálgama de maus exemplos que perpassou pelos 18 anos do jornal não impediu que subsistissem alguns contributos positivos, mas hoje foi-se, acabou.

Numa altura em que o debate em volta da direita em Portugal parece voltar à ordem do dia, o que já foi o grande objecto de propaganda da direita morre (permanecem outros, mais bem disfarçados). Urge perguntar se o propalado debate sobre a refundação da direita portuguesa não poderá culminar em mais um meio de propaganda rumo ao poder. Ou será qu ele já existe? Porque d' O Independente já sabiamos com o que contar...