quarta-feira, novembro 23, 2005

Não tenho braços...roubaram-me o coração

Vou contar todas as vezes que te encontrei!
Vou contar todas as vezes que te desencontrei e todas aquelas em que te quis encontrar somando ainda os dias em que te encontrei mas não te vi.
Um traço azul traduzido em números…mil vezes uma voz de cartão e o dinheiro que gastas será todo para construir uma muralha de luz.
Dias, meses, anos…redutível percepção do mundo. Inseridos em caixas de alumínio tornamos os desejos cada vez mais frios. Fiquei a ver o anoitecer …um dia jogamos com as mãos um velho e irreal entorpecer dos sentidos.
Não vejo e raramente sabes o meu nome. Outras tantas o tempo parece não passar.
Hoje é o primeiro dia de aulas e continuo a tirar-te as medidas à espera que a fita métrica avarie e os cêntimetros cheguem até ao céu.
Há dias assim…em que se conta tudo e não se chega a conclusão nenhuma, apenas porque o mundo está empacotado em pequenas caixas de alumínio, onde nem sequer posso esticar os braços sem que as minhas mãos sintam o frio de um fim que está longe de ter começado.


dimensaooculta

3 comentários:

Anónimo disse...

de
um fim de seu nome: incomprendido, insustentado, impuro e mal tratado... sei lá q nome é q se lhe dá à palavra inicio. Mas quem cede braços em nome de um coração retido, mais vale suster o respiro e cantar bem alto... quem sabe se o ouvido n desperta, ou pq n, quem sabe se a mudez é sacrifício vestido de vestígios q parecem ser de ouro.

Mariana disse...

Olá ilee...já há muito tempo que não passavas por aqui. Se os vestígios parecem ser de ouro porquê o sacrifício?
Beijinhos

Anónimo disse...

Niguém sabe de onde vem o inicio...Não me parece que alguém queira saber, basta saber que se sabe que um dia começou e sabe-se lá porque...há no entanto inícios que não começam por lado nenhum porque ninguém se quer dar ao trabalho de começar...e vamos todos a cantar caindo que nem tordos, mentindo uns aos outros a dizer que são vestígios de oiro.
Se é mudez, coração retido, ou sacrifício então vamos todos encostarmo-nos a uma parede à espera que algum dia ela vire calor e nos faça sorrir...já que estamos todos demasiado mudos para cantar alto. Ou com muita preguiça para estender o olhar até ao infinito, nem que seja para ficar cego...
Não me adubem a memória com a merda que construíram, porque para isso já basta a minha. Não quero ser mais uma! Não quero fazer parte do rebanho!
Oiro só se for do sol que hoje insiste em não apareçer!


dimensaooculta