sexta-feira, outubro 21, 2005

Aquilo que as mulheres não dizem

Uma história vinda directamente de Itália...aqui fica o original e a tradução que se pôde arranjar.

Grazie Erasmo!

O Giovanni sentia-se atraído pela Teresa.
Convida-a para ir ao cinema e ela aceita.
Divertem-se. Na noite seguinte, ele convida-a para um jantar e depois passam a noite juntos.
Começam a namorar.
Uma noite, no carro, Teresa, sem pensar, diz:
“Já pensaste que hoje faz seis meses que namorámos?”
Faz-se silêncio.
Para Teresa, aquele silêncio está repleto de significado. Pensa:
“Se calhar não devia ter dito isto, ele deve ter pensado
que quero forçá-lo para uma relação que ele não deseja
ou da qual não está seguro”.
Mas Giovanni pensa: “Seis meses...”
E Teresa recorda: “Mas nem eu queria este tipo de relação. De vez em quando,
gostava de ter um pouco mais de liberdade, para pensar se é isto mesmo que desejo de verdade...Será que seremos sempre assim tão íntimos?Estarei pronta para esta relação? Conheço-o de verdade?”
E Giovanni pensa: “Portanto isto significa que foi...vejamos...em Fevereiro que começámos, depois de ter deixado o carro na oficina, isto é...vejamos o conta-quilómetros...merda! tenho que mudar o óleo!”.
E Teresa pensa: “Está confuso, vê-se nos seus olhos. Ou posso estar a interpretar mal. Se calhar quer mais da nossa relação,
mais intimidade; talvez ele já tenha percebido as minhas próprias reservas.
Sim, é isso, tem medo de se sentir rejeitado”.
E Giovanni pensa: “Tenho que lhes dizer para verem novamente o carburador.
Isto anda como um camião do lixo”.
E Teresa vai reflectindo: “Está triste. Meu Deus, sinto-me tão culpada,
obrigando-o a passar por isto, mas não posso evitar de sentir o que sinto.
E não me sinto segura”.
E Giovanni pensa: “Vão-me dizer que tenho só três meses de garantia!”.
E Teresa: “Talvez seja muito idealista, à aguardar a chegada do príncipe montado
num cavalo branco quando tenho a meu lado uma pessoa comum, boa, que é importante para mim e com a qual gosto de estar. Alguém que sofre com o meu egocentrismo fantasioso de adolescente romântica”.
E Giovanni pensa: “Querem uma garantia? Eu dou-lhes a garantia...”
“Giovanni!”, diz Teresa em voz alta. “Que foi?!”, pergunta Giovanni surpreendido.
“Por favor não me tortures assim”, exclama com os olhos cheios de lágrimas:
“Talvez não tenha este direito...meu Deus, sinto-me assim...”
e começa a chorar. “Que foi?”, pergunta Giovanni.
“Sou uma estúpida”, soluça Teresa: “Quer dizer, eu sei que não existe aquele princípe. Não existe cavaleiro nem cavalao...”
“Não há cavalo?”, pergunta Giovanni. “Penas que sou uma
estúpida, não é verdade?”. “Mas claro que não”, diz Giovanni, feliz por dizrt alguma coisa

com sentido. “É só que...preciso de um pouco de tempo”, diz Teresa.
Faz-se uma pausa de 15 segundos, durante a qual Giovanni tenta pensar o mais rapidamente possível, à procura de uma resposta.
Finalmente surge-lhe: “Claro que percebo”, diz.
Teresa, emocionada, segura-lhe na mão: “Oh Giovanni, pensas mesmo assim?”
“Ah”, diz Giovanni, “claro, seguramente...”. Teresa olha-o nos olhos, fazendo com que ele se sinta cada vez mais nervoso, sem saber o que ela poderá dizer, sobretudo se estiver
relacionado com um cavalo.
No fim, ela olha-o e diz: “Obrigada Giovanni”.
Ele acompanha-a a casa e ela vai dormir. Com a alma torturada, chora até ao amanhecer. Entretanto Giovanni regressa a casa, abre um saco de batatas-fritas, liga a televisão
e assiste a uma partida de ténis entre dois jogadores desconhecidos.
Uma voz débil, no ângulo mais recôndito da sua mente, diz-lhe que qualquer coisa de importante se terá passado no carro, mas ele está seguro de que não
existe forma de perceber o que foi: melhor não pensar.
No dia seguinte, Teresa chama uma das suas amigas e falarão do que se tinha passado durante seis horas seguidas. De forma dolorosamente detalhada, analisaram tudo o que ela disse e tudo o que ele lhe disse, reflectindo sobre cada ponto uma e mais vezes, examinaram cada palavra, considerando possíveis implicações.
Continuaram a discutir durante semanas, sem chegar a conclusões mas sem nunca se aborrecerem.
Um dia, Giovanni, enquanto assistia a um jogo de futebol com um amigo, disse distraidamente: “Luca, sabias que a Teresa tinha um cavalo?”...

Non è geniale?
Baci, Erasmo

2 comentários:

Anónimo disse...

Vim aqui parar por acaso... Este texto chamou-me à atenção! É lindo...e retrata bem as muitas paranóias que a mulher faz, que nada tem a ver com as linhas de pensamento masculino. Acho que a mulher sempre fica com a sensação de que há algo mais, ele não, ele vive num mundo mais real, onde não existem príncipes, e chega a casa e faz a sua vida normal...
Obrigada

Anónimo disse...

LOLLOLOLOLOLOLOLL...
Está genial Erasmo!!!
Um beijo

dimensaooculta