segunda-feira, setembro 19, 2005

Translating....

E de repente....Tóquio!
O filme ainda mal tinha arrancado e eu já estava perdida. Por entre o caos da cidade, da mão tremida, por entre a luz. E, no entanto, era só uma imagem projectada no ecrã da televisão (e,muito ao contrário da mítica japonesa, nada de cristais líquidos). Entre o sofá e as paredes da sala, a insignificância. Do lado de lá, o mundo.
O bill e a scarlett estavam aparentemente perdidos, pelo menos até se terem encontrado um ao outro. A mim consumia-me essa perdição de fachada, encerrada na busca de algo familiar. A lógica do mundo é a diferença, é eu não perceber absolutamente nada de japonês e nem precisar porque a intimidade não precisa de ser verbalizada.
Mas, quando já começava a odiar aquela relação de perdidos que só procuram mais do mesmo, surge o amor. Quando o lugar é estranho, os sentimentos entranham-se. E aqueles dois encaixavam-se bem, fosse no strip, fosse no táxi.
Olhei para eles, esquecendo o deslumbre dos edifícios, e vi-nos a nós. Pensei que um dia, tal como naquele beijo, eu vou ficar para trás, tu vais virar costas e, entre nós, ficam os outros. Um pouco como já é agora.

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