sexta-feira, abril 25, 2008


Deliro!!!Não digo nada que valha a pena,
não me encontro nos lugares,
invento mil histórias para esquecer e mil histórias perco
porque me lembro sempre de uma sala pequena
que foi sempre do tamanho do meu desejo.
As vozes não se calam, o coração bate todos os segundos
a uma velocidade patológia e tenho a certeza que assim
não vou durar muito mais tempo,
porque nunca conseguirei parar.
É sempre esse vento...esse vento
fora e dentro de mim, que não me deixa dormir,
que não me dá paz e sempre uma imagem
de um pássaro que de tão pequeno
me destruiu todos os sonhos e a força de viver.
O mundo que não é meu nesta madrugada,
neste dia de trabalho,
este corpo que me conduz cegamente aos sítios
e uma desrealização mata-me numa afasia.
Há dias como todos os dias que para mim nada é de mim
e nada será para mim,
nem as mãos que escrevem!!
Choro por dentro lágrimas de chuva ácida.
Cedo irei morrer.

Pintura de Vincent Van Gogh

3 comentários:

S. disse...

Não sendo tuas as mãoes que escrevem, serás sempre tu nas palavras que desenhares.

Doeu-me a angústia deste texto.

Oriana Tavares da Rocha disse...

...mas...é meu o texto :)

Luísa disse...

melher... és uma alma velha, definitivamente :)