O meu pai tem 64 anos, está casado com a minha mãe, já nem eu sei desde quando.
Hoje quando acordei olhei pela janela e vi o meu pai a remexer no jardim, de cócoras, a andar de um lado para o outro, pensei que seria mais uma das mudanças radicais que em breve tomaria a cabo.
De repente entra em casa com um pequeno ramo de violetas, com folhinhas verdes a envolver as flores que cuidadosamente amarrou com um fio e deixou num frasquinho no quarto deles. Quando voltou do quarto, sem eu lhe perguntar nada disse-me baixinho: " São para a minha namorada e hoje vou ter direito a um beijinho".
Vou chorar até o amanhar chegar, chorar todos os dias, chorar até que o tempo se esqueça que eu tenho que chorar.
Ilustração de Rébecca Dautremer
7 comentários:
E é tão lindo este a amor que nos gerou. É tão grande a pena de me saber sempre tão longe. Obrigada, querida irmã, por me lembrares que esse tal de Amor existe tão perto e longe de mim.
Que bom sentir o cheiro das violetas.
E estava sol no jardim hoje, como se o mundo se iluminasse todo com as violetas.
Estará sempre tão longe de nós esse amor...
:) mas que bom que sabemos que ele existe e é possível.
Caramba! Também quero ser assim quando for grande...
Acho que todos queremos!!!
LINDO, LINDO, LINDO!
que lindo :)
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