quarta-feira, maio 23, 2007

19.55


Começou a chover. Passa das sete e meia num dia morno. Caloroso quando me abraçaste com o teu gesto dúbio, cheio de incertezas.

Muitos são os dias em que penso em mim, em jeito de exercício narcisístico. Penso em mim, nos 24 anos que já passaram, nos outros a chegar, mas foi semana passada, no pendular entre Lisboa e Porto, que percebi que a emoção que me falta advém daquilo que nunca projectei. Entre Fátima e Aveiro compreendi que quero a vida sem regras, sem horários, se possível sem os outros. Sinto-me bem sentada sozinha num comboio, o ideal era um destino desconhecido. O ideal era o deserto, o rasto de desolação e nada mais. Queria ver o mundo do mesmo modo que continuo a gostar de te ver. Já te desejei assim, como agora grito pelo mundo. Ferozmente.

4 comentários:

Luísa disse...

Merda de vida, temos sempre que encaixar em algo.

Bruna Pereira Ferreira disse...

Tu vens a Lisboa e não me dizes nada?
Estou chocada...

Bom fim-de-semana :)

Mariana disse...

Olá Bruna!

Foi uma passagem rápida,em trabalho infelizmente. Mas prometo passar por ai com mais tempo e aproveito para matar saudades tuas:)

Beijos*

Anónimo disse...

As viagens são boas para pensar e para nos encontrarmos, em particular o comboio tem uma magia especial. Beijinhos e um grande abraço.