Não quero reviver o passado!!Não quero voltar a sentir que és parte da minha vida, sentir que o teu corpo é calor e que nunca morreste...Oiço sempre a mesma melodia para me lembrar sempre do que não fui! De tudo aquilo que quis ser e que o ontem não deixou!
Porque insistes em voltar? Porque insistes se sabes que há dias em que as memórias não se escolhem e a tua imagem no meu quarto é a única coisa viva dentro de mim nestes anos todos...que o tempo encurta de todas as vezes que apareçes. Que me esqueço de falar mas que sinto ainda como uma permanente ferida aberta a pular nas minhas mãos!
Já não posso gritar, já todos se esqueçeram, já não posso chorar, porque já foste há muito tempo e já perdi o estatuto.
Não te posso amar, não te posso odiar, não te posso esqueçer, não te posso lembrar...Invades um espaço abandonado e não posso segurar-me nos teu braços, apenas porque não podes existir!
Reparo que estes dias tem sido construídos sobre a raiva que sinto de ti e ainda não te consegui perdoar! E não me perdoo a mim por não te conseguir perdoar.
Hoje vou no meu carro...no limite da minha insanidade...no limite do meu tempo...querendo nunca mais viver porque não viveste o tempo suficiente. E tão depressa é dia como noite outra vez e sorris por entre o fumo do cigarro, desaparecendo sempre que levo a mão ao cabelo. De todas as vezes que o meu mundo se vira de costas e cai ao rio.
É tarde, demasiado tarde! Tarde para te dizer! Tarde para esqueçer! Tarde para corrigir! Tarde para poderes ouvir! E no entanto tanto ficou por dizer...E tudo o que te queria dizer era para morreres de uma só vez...
Não me venhas com ideologias baratas! Não me venhas em sonhos desejar paz! Não me venhas com dogmas absurdos de uma universalidade inexistente, nem com pressupostos do que é o amor porque é exactamente a única coisa em que não posso acreditar, a única coisa que não posso sentir, pois queima sempre os dedos.
Tenho as mãos todas queimadas, os dedos em ferida, o corpo em sangue, a alma arder porque ainda hoje fico à espera que voltes, não como tu és mas como quero que sejas...imortal e longe de mim! Tão longe até me poder esqueçer que algum dia te amei como jamais poderei amar alguém!
Odeio-te por isso...não me deixaste nada depois de ti! E mais nada poderei ser enquanto não me deixares ir!
dimensaooculta
quinta-feira, dezembro 01, 2005
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